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Meio Ambiente

Aquecimento Global e o consequente efeito das Mudanças Climáticas

Dezembro de 2023.

Dr. Laudiélcio F. M. Silva (Especialista em Educação Ambiental)

Na década de 1980, o Brasil já apresentava preocupações demasiadas com relação à destruição da camada de ozônio na atmosfera. Era bastante evidente a formação de ‘smog’, termo usado para se referir à formação de nuvens de fumaça na atmosfera, o que poderia vir a comprometer a camada de ozônio ali presente, causando incidências mais fortes de raios solares e o consequente impacto na temperatura da superfície da Terra, além do aumento de ocorrência de câncer de pele.

Antes mesmo daquela época, porém, a comunidade internacional já alertava para possíveis impactos ambientais globais devido às ações de degradação do meio ambiente pelas indústrias, em razão da exploração indiscriminada dos recursos naturais.

Hoje, passados mais de 40 anos, a comunidade internacional continua a debater o aquecimento global, e as pessoas já sentem no seu cotidiano as consequências desse fenômeno que vem se agravando a cada ano, embora ainda haja países que negam a sua ocorrência. A ideia predominante dentre aqueles que reconhecem o fenômeno do aquecimento global é que ele decorre da ação humana no meio ambiente, em razão do aumento da concentração, na atmosfera, dos gases causadores do efeito estufa produzidos pela queima de combustíveis fósseis, pelas ações indiscriminadas das indústrias, pelo desmatamento e demais atividades de degradação ambiental.

A principal consequência do aquecimento global é o fenômeno das mudanças climáticas. O último relatório do IPCC sobre este fenômeno indica a elevação da temperatura média da Terra, o que resulta na mudança climática com impacto direto na vida das pessoas, seja na agricultura, seja na sensação térmica de calor, em grandes períodos de seca ou mesmo na precipitação de chuvas com potencial de alagamento, deslizamento de barreiras, etc.

O que preocupa ainda mais é que, mesmo diante de tudo isso, existem autoridades internacionais que ignoram estas questões.

Diante de tal constatação, não há como ficarmos alheios ao debate. É necessário que as pessoas participem de discussões relativas às mudanças climáticas para que, entendendo as suas causas e consequências, possam unir-se na perspectiva de encontrar possíveis soluções de mitigação dos efeitos devastadores desse impacto no meio ambiente e, em particular, nas diferentes formas de vida na Terra. Denunciar o negacionismo de algumas autoridades e cobrar dos organismos internacionais ações efetivas é tarefa indispensável para a coletividade.

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FILOSOFIA E CIÊNCIAS

A “Origem da Vida” em sala de aula

Por: Prof. Dr. Laudiélcio Maciel (Biólogo e Pedagogo) laudielcio@gmail.com

Um tema que pode causar inquietação nas aulas de Biologia é “A origem da vida”, por se tratar de um assunto de fronteiras entre o conhecimento científico e religioso. Em razão disso escrevi este artigo no intuito de partilhar com os leitores um pouco de conhecimento sobre o assunto.

Como é sabido, a ciência apresenta diferentes teorias materialistas para explicar a origem da vida na terra, enquanto muitos alunos e professores trazem consigo a ideia criacionista que é uma explicação de cunho religioso para o fenômeno.

Uma das ideias materialistas mais aceitas atualmente pelas ciências, para explicar a origem da vida, se situa no campo da abiogênese, e diz respeito à Teoria da Evolução Gradual dos Sistemas Químicos. Esta teoria foi desenvolvida e defendida por A. I. Oparin (1894-1980). Oparin explica detalhadamente que num oceano primitivo as partículas orgânicas que ali haviam, sofriam ações do tempo e interferência de uma “força”, e se aglomeraram de forma cada vez mais complexa até alcançar o estatuto de um organismo vivo, com capacidade autoreprodutiva, surgindo, portanto, a primeira forma de vida na terra.

Já a ideia criacionista, é uma explicação de cunho religioso, e repousa num ato de fé. A Bíblia Sagrada, livro sagrado dos povos Cristãos, afirma em um de seus livros (Gênesis) que a vida é uma criação de Deus.

Ao ampliar a investigação sobre as teorias científicas que buscam uma explicação para a origem da vida, encontrei escritos que defendem a teoria do Criacionismo Evolucionista proposta pelo Padre Teilhard Chardin (1881-1955). Esta teoria defende a ideia de que a vida teria surgido sim, a partir da Evolução Gradual dos Sistemas Químicos tal como proposta pelo cientista A. I. Oparin, mas que tal evolução somente teria ocorrido em função da ação de Deus sobre a matéria primitiva, até que esta se transformasse num organismo vivo.

Foi nesta teoria que encontrei conforto por vê nela uma possibilidade de aproximar os conhecimentos científicos e religiosos para explicação do fenômeno, posto que acredito na evolução gradual dos sistemas químicos como fenômeno para explicar a origem da vida, mas que isto só se tornou possível graças a ação de Deus sobre esta matéria, dirigindo o curso dos acontecimentos, até que as primeiras formas de vida viessem a surgir.

Assim, quando o assunto é “A Origem da Vida” a teoria do Criacionismo Evolucionista, parece estreitar as fronteiras do conhecimento, de forma que o materialismo e o criacionismo podem perfeitamente dialogar entre si, rompendo a relação de exclusão e se firmando numa relação de complementação. Um não nega o outro. Os dois se complementam.

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Referência Bibliográfica

SILVA, L. F. M. da. “A Origem da Vida em Sala de Aula: um estudo junto a professores, alunos e líderes religiosos”. UFRPE. Recife, 1998.