Categorias
FILOSOFIA E CIÊNCIAS

Um pequeno olhar para nosso Meio ambiente e a Educação Básica

Reflexões

by Alexandre Andrade 29/03/2023

Todos nós acompanhamos nos últimos dias discussões com temas de cunho ambiental. Aqui no Brasil, por ser nosso país um dos grandes protagonistas mundiais, pela própria relevância que a Amazônia, Pantanal Cerrado, Caatinga e Pampa tem, e entre esses biomas a AMAZÔNIA destaca-se como o mais conhecido, e vez por outra vemos as questões que dizem respeito ao ambiente perpassar apenas nesse recorte, ficamos reféns de diálogos mais amplos e aprofundados sobre a transformação no nosso modo de vida que nos leve a um convívio sustentável no nosso planeta.

Por outro lado, quando a temática se desdobra para o lado das mudanças climáticas, chuvas, efeito estufa e descongelamento das calotas polares aumentando os níveis oceânicos, e emissões de carbono, ou até seus créditos. Ficamos entretidos com esses fatores e na maioria das vezes somos remetidos a debruçar grandes e acirrados debates sobre questões mais globais e focalizamos também nessa ótica parando de discutir fatores mais perto de nós e que também representam desafios cada vez mais difíceis e complexos, que só encontram soluções em discursos políticos durante campanhas, mas que por falta de um diálogo mais amplo mostram-se ineficientes e de aplicabilidade baixa. Impraticáveis!

Quando pararmos de discutir alagamentos e desabamentos para trazermos soluções de MORADIA e controle urbano e rural; parar de focarmos na qualidade e quantidade de estradas e repensarmos o TRANPORTE (sobretudo o público); na quebra da safra e trabalharmos para o COMBATE A FOME e a miséria; nas fontes modernas de energia e ampliarmos o conhecimento de práticas de SUSTENTABILIDADE; enquanto não revolucionarmos nosso senso planetário fazendo, cada um, práticas e ações  que permitam que nossa geração entregue um planeta viável e perene para as próximas gerações, estamos apenas discutindo quem tem a tese melhor e mais rica de argumentos que, na sua maioria, ocupam sites, bibliotecas e eventos que ninguém vê ou consulta porque na sabedoria da minha passagem pela UFRPE, enquanto estudante, descobri que o que faz uma parede ser sólida não é a dureza dos tijolos apenas, e sim a liga do cimento e a disposição (amarração) com que esses tijolos são colocados aliados a uma boa fundação que os sustente.

Morrerei defendendo a fundação dessa parede, que começa na pré-escola (educação infantil), no ensino fundamental. Sem esse “START” aprendido na infância não consigo formar o cidadão engajado nessa agenda. Me atrevo a citar uma análise de um autor sobre o que Paulo Freire considerava MENINICE: “A infância/meninice é o maior elogio de uma revolução, quase que uma condição essencial para que ela mantenha a sua força política e a sua capacidade de se manter viva.” (KOHAN, Walter Omar). E sem a meninice, isto é, a capacidade de observar, perguntar, criar, inventar, talvez fique o planeta terra sem a capacidade de se SUSTENTAR!

Categorias
FILOSOFIA E CIÊNCIAS

A “Origem da Vida” em sala de aula

Por: Prof. Dr. Laudiélcio Maciel (Biólogo e Pedagogo) laudielcio@gmail.com

Um tema que pode causar inquietação nas aulas de Biologia é “A origem da vida”, por se tratar de um assunto de fronteiras entre o conhecimento científico e religioso. Em razão disso escrevi este artigo no intuito de partilhar com os leitores um pouco de conhecimento sobre o assunto.

Como é sabido, a ciência apresenta diferentes teorias materialistas para explicar a origem da vida na terra, enquanto muitos alunos e professores trazem consigo a ideia criacionista que é uma explicação de cunho religioso para o fenômeno.

Uma das ideias materialistas mais aceitas atualmente pelas ciências, para explicar a origem da vida, se situa no campo da abiogênese, e diz respeito à Teoria da Evolução Gradual dos Sistemas Químicos. Esta teoria foi desenvolvida e defendida por A. I. Oparin (1894-1980). Oparin explica detalhadamente que num oceano primitivo as partículas orgânicas que ali haviam, sofriam ações do tempo e interferência de uma “força”, e se aglomeraram de forma cada vez mais complexa até alcançar o estatuto de um organismo vivo, com capacidade autoreprodutiva, surgindo, portanto, a primeira forma de vida na terra.

Já a ideia criacionista, é uma explicação de cunho religioso, e repousa num ato de fé. A Bíblia Sagrada, livro sagrado dos povos Cristãos, afirma em um de seus livros (Gênesis) que a vida é uma criação de Deus.

Ao ampliar a investigação sobre as teorias científicas que buscam uma explicação para a origem da vida, encontrei escritos que defendem a teoria do Criacionismo Evolucionista proposta pelo Padre Teilhard Chardin (1881-1955). Esta teoria defende a ideia de que a vida teria surgido sim, a partir da Evolução Gradual dos Sistemas Químicos tal como proposta pelo cientista A. I. Oparin, mas que tal evolução somente teria ocorrido em função da ação de Deus sobre a matéria primitiva, até que esta se transformasse num organismo vivo.

Foi nesta teoria que encontrei conforto por vê nela uma possibilidade de aproximar os conhecimentos científicos e religiosos para explicação do fenômeno, posto que acredito na evolução gradual dos sistemas químicos como fenômeno para explicar a origem da vida, mas que isto só se tornou possível graças a ação de Deus sobre esta matéria, dirigindo o curso dos acontecimentos, até que as primeiras formas de vida viessem a surgir.

Assim, quando o assunto é “A Origem da Vida” a teoria do Criacionismo Evolucionista, parece estreitar as fronteiras do conhecimento, de forma que o materialismo e o criacionismo podem perfeitamente dialogar entre si, rompendo a relação de exclusão e se firmando numa relação de complementação. Um não nega o outro. Os dois se complementam.

_________________

Referência Bibliográfica

SILVA, L. F. M. da. “A Origem da Vida em Sala de Aula: um estudo junto a professores, alunos e líderes religiosos”. UFRPE. Recife, 1998.